A sense of purpose Fui recentemente ao novo Campus da NOVA SBE para dar uma palestra que está incluída num projeto idealizado pela Laurinda Alves chamado Academy of Purpose. São dois projetos incríveis. Tanto o da faculdade, como o da “Academia”. E nos vários lugares da faculdade onde estão anunciados os oradores de cada sessão está escrito: Everyone needs a sense of purpose. Everyone needs a sense of wonder. Gosto de pensar que, num projeto destes, com pessoas tão diferentes, a palavra “Everyone” ainda se aplique e torne tão evidente o facto de sermos parte de um todo . Além disso, é verdade que ter um propósito maior em tudo o que fazemos é fundamental, dá sentido às coisas. E podermo-nos maravilhar com o que nos rodeia, alavanca em nós um sentido de ação. Na escola onde eu andei estava escrito: “Do espanto à compreensão”. É isso! O espanto é o primeiro passo para o nosso movimento. É através deste estado de espírito que nasce o amor que temos pelo que fazemos e que nos pode ajudar a ultrapassar qualquer acontecimento na nossa vida. É isso que digo aos meus jogadores na primeira palestra do ano. Penso que só com esta atitude é possível o rendimento constante como atletas. Na altura em que fui convidado para ser um dos oradores disse que sim. Sem hesitar. Mas (claro que há sempre um “mas”) quando a Laurinda veio ter comigo a dizer-me que teria de ser tudo em inglês, assustei-me a sério, confesso. Já tinha feito algumas conferências em eventos de empresas, mas nunca em inglês. A ideia desta ser em língua de sua majestade, ainda por cima com muita gente a assistir, provocava em mim um efeito aterrador, não só por não se tratar da minha língua, mas também por me fazer pensar as coisas de forma diferente, menos fluída. Tinha então duas hipóteses: Dizer que não, ou encarar as coisas com alegria, aproveitando a oportunidade para ultrapassar este obstáculo. E, após limpar todo o suor do meu rosto, aceitei o desafio, com a clara noção do impacto positivo que poderia ter em mim. E sempre com a questão do espanto e do amor em mente. Foi assim que a conferência correu bem. E foi compensador o feedback que me deram, tanto pelas pessoas que vieram falar comigo a seguir, como pelas mensagens que recebi. Foi bom! Ainda bem que disse que sim, ainda que o medo estivesse a meu lado! “(…) Se há terrores, são os nossos terrores; quando surgem abismos, são nossos esses abismos; se há perigos, temos de aprender a amá-los” Rainer Maria Rilke in Cartas a um jovem poeta Francisco Vaz Guedes Guimarães