Liberdade e vontade de educação Todos sabemos que em Portugal há mais ou menos liberdade de educar. Mais menos que mais. Um sistema centralizado, com escolas da rede estatal com programas e currículos iguais, e cada vez menos escolas que nascem de projectos educativos pensados por alguma comunidade que quer educar os mais novos. Digo cada vez menos sem verificar os dados estatísticos mas a verdade é que gostaria de fazer um inquérito nacional: – Se estivessem reunidas todas as condições, quem é que quereria fazer uma escola? Quero dizer… Há por aí gente entusiasmada com a própria vida, ao ponto de arriscar uma tentativa escolar para comunicar à gerações vindouras o que se aprendeu, o que se sabe, o que se conhece de bom e belo no mundo? Graças a Deus, há comunidades que ainda o fazem – e bem… Há escolas privadas, há IPSS, há escolas da rede pública com professores extraordinários que arriscam ideias e as propõem aos seus alunos. Para educar uma criança, é preciso uma aldeia, dizem os sábios africanos. E é mesmo… Para haver educação verdadeira, para cuidarmos uns dos outros e dos nossos filhos e netos, é preciso que haja comunidades. Tenho pensado mesmo muito nisto… Há pouca liberdade de educação, certo. Mas haverá ainda vontade de educação? Catarina Almeida