O silêncio é ineficiente

Facto 1: tinha uma tarefa para acabar no computador;

Facto 2: em casa não tenho escritório, nem uma mesa no quarto. Logo, acabo por trabalhar na sala;

Facto 3: tenho um bebé de 9 meses extremamente querido, que, como é próprio da idade, faz imensos sons e gracinhas, impossíveis de ignorar.

Conjugando estes três factos, conseguia apenas visualizar uma solução: pedir ao meu prestável marido para ir dar um passeio com a criança, já que eu tinha mesmo que terminar aquela tarefa. Assim foi. O que aconteceu depois? O tão desejado silêncio.

E será que eu consegui acabar o que tinha para fazer? Pois com certeza que não! O tão desejado silêncio revelou um mundo de oportunidades por descobrir: como é que eu não tinha percebido que tinha roupa por arrumar? E esta revista de receitas ainda por ler? Mas o ideal seria tomar um banho… ou acabar de ver uma série. Pois é, aquilo que se julgava ser uma janela de eficiência laboral acabou em desastre.

Por vezes, precisamos de ter barulho e vida a acontecer à nossa volta para podermos escolher concentrarmo-nos naquilo que necessariamente temos que fazer. A vida que acontece sem pedir licença, obriga-nos a priorizar e chegamos à conclusão que, por vezes, o silêncio é ineficiente.

 
Madalena Lage Ferreira