Para o encontrar a si Nestas semanas de preparação, encontrei várias amigas da Maria Ulrich. É impressionante. Brilham-lhes os olhos, falha-lhes a voz e todas, sem excepção, referem expressões e experiências que quase parecem combinadas… “A Maria sabia tirar o melhor das pessoas”, “Com a Maria descobri o que era ser livre e responsável”, “A Maria queria que progredíssemos, que nos superássemos”. Parecem slogans mas quem vê a fibra destas mulheres percebe imediatamente a força do que contam. Quem vê a fibra destas mulheres, como eu vejo, quer ter a mesma fibra. Dei por mim a pensar que pessoas e que lugares geram em mim este desejo de encontro, de surpreender o melhor de mim, de viver num “contínuo progresso interior” , de amar mais. Só que o desejo de encontro implica necessariamente um sacrifício e, normalmente, dos grandes. O encontro é uma espécie de decisão de não ser sozinho, de partilhar o que somos, de oferecer o que somos. E esta oferta abre aquela ferida misteriosa que dói e que é também a porta de entrada de toda a Alegria, todo o Bem, todo o Amor. Neste mundo tão cheio de desencontros e de confrontos, desejamos que os trinta anos da morte de Maria Ulrich sejam ocasião para nos darmos, para nos encontrarmos. Para o encontrar a si, já este sábado e ao longo dos próximos meses. Catarina Almeida