Sim, quero ser professora! A semana passada, li o artigo “Havia ali alguma coisa irresistível”. Fez-me esboçar um sorriso, como todas as coisas bonitas e verdadeiras. Pensei imediatamente: é por isso que quero ser professora. Quando digo isto, oiço sempre um “a sério?”, ou “isso não tem saída nenhuma!” ou “boa sorte para controlar os miúdos, eu não tinha paciência”. Mas é demasiado grande o que encontrei, para que qualquer uma destas coisas pese mais. À minha volta, tive sempre professores entusiasmados com a vida. Sabiam mandar 80 exercícios de trabalho de casa de um dia para o outro, sabiam rir, sabiam dar um grito, mas também um abraço. Os nossos amigos de outras escolas ficavam pasmados quando os viam nas nossas festas de anos. É que, supostamente, um professor é um professor e um amigo é um amigo. Uma aula é uma aula e a vida é outra coisa. Mas não. Quando somos olhados com este olhar verdadeiro, de quem quer o nosso bem, percebemos que nada fica de fora. Não quero largar o que já vi, mas levá-lo a todos. Sim, quero ser professora. Constança Duarte