Youtube: sim ou não, por Catarina Almeida Apanhei-vos! Estavam à espera de um artiguinho redondinho com um simzinho ou nãozinho? Pois, mas não é isso que vos trago. É algo muito melhor. Hoje ao telefone com o pai de uma linda petiz de nove anos, ouvi uma coisa incrível que inspirou a história que vos vou contar. Como quase todas as crianças dessa idade, a pequena teve uma ideia: que tal ter um canal de YouTube? Decidiu contar o seu projeto ao pai. “Eu gostava de ter um canal de…” Sobrancelhas arqueadas, coração apressado. Não, não pode ser. Chegou a nossa vez. “…YouTube!” Os vidros das janelas tremeram com o batimento cardíaco de um pai extremoso a ouvir tamanha enormidade. Sim ou não? O pai – atentem bem neste pormenor – aproveitou a ocasião sem demonstrar fraqueza: – Isso é boa ideia! E se é para toda a gente ver, o que poderias pôr no teu canal?Tremores, tremores…– Então… podia ser para cantar. Cantar músicas bonitas. – Excelente ideia. Mas para as pessoas darem mesmo atenção à beleza da música, achas melhor apareceres ou não apareceres? – Não, eu não quero aparecer. Só quero cantar porque as pessoas precisam de ouvir músicas bonitas. A história está romanceada, mas o que eu vos queria dizer é: Pensem o que se teria perdido se o paizinho tivesse dito “nem pensar” à sílaba “You…” Tenho a certeza que poucos serão os “nem pensar” dentro de uma relação educativa verdadeira. E sabem que mais? O telefonema do pai da miúda não era para me contar quão linda é sua princesa. Era para envolver a escola nesta ideia. Para ela partilhar a experiência com os amigos e, juntos, poderem oferecer beleza ao mundo. That’s all folks. Onde se pedem os papéis para a reforma? Catarina Almeida